Apontamentos sobre escravidão e racismo no Brasil

Autores

  • Daniela Valle da Rocha Muller Mestrado em Políticas Públicas em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Juíza do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região. https://orcid.org/0000-0003-4115-4826

DOI:

https://doi.org/10.33637/2595-847x.2022-141

Palavras-chave:

racismo, escravidão, democracia racial, trabalho forçado, trabalho escravo contemporâneo

Resumo

O presente texto busca compreender a relação entre raça e escravidão, ao longo da constituição da sociedade brasileira, e a sua contribuição para a manutenção da exploração predatória de certos grupos sociais, notadamente africanos, ameríndios e seus descendentes, ou seja, os percebidos como não-brancos. Através de pesquisa bibliográfica, se percebe que a atual ideia de raça e de racismo se constituiu a partir do século XV, com a escravidão colonial, se consolidou no século XIX com a segunda escravidão aliada ao racismo científico e persistiu no decorrer do século XX, amparada pelo mito da democracia racial e pela ideologia do branqueamento. Nessas duas primeiras décadas do século XXI, embora algumas pesquisas indiquem que a maior parte de pessoas submetidas ao trabalho análogo ao de escravo é negra, parda ou indígena, poucos são os dados sobre a raça dos envolvidos. O silêncio da cor como fator relevante na análise do escravismo contemporâneo, impede a adoção de medidas afirmativas voltadas especificamente aos trabalhadores negros, o que limita as possibilidades de erradicação do trabalho escravo contemporâneo.

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Publicado

2022-08-01

Como Citar

Valle da Rocha Muller, D. (2022). Apontamentos sobre escravidão e racismo no Brasil. Laborare, 5(9), 151–169. https://doi.org/10.33637/2595-847x.2022-141

Edição

Seção

Trabalho escravo contemporâneo: faces e interfaces de um problema histórico